Também os dizeres informativos da grande estátua do navegador Diogo Gomes desapareceram.
Só conseguimos saber que era a estátua de Diogo Gomes porque fomos ver aos livros.
As vistas a partir do Platô são abertas, vastas, deslumbrantes. Conseguimos ver a selecção nacional de Cabo Verde, os Tubarões Azuis, no estádio da Várzea, em preparação para o campeonato africano de futebol que se efectuou no início de 2013 e em que a selecção teve um desempenho notável.
Logo abaixo vemos uma rotunda que tem no meio três varões de ferro brancos com alturas diferentes. O conjunto é conhecido por o monumento à fome. Cabo Verde, devido à sua localização geográfica e às condições climáticas com pouca chuva, atravessou, no passado, picos de fome, por vezes com erupções sociais violentas. Este monumento pretende recordar uma dessas desastrosas ocorrências ocorrida em 20 de Fevereiro de 1945 quando, no seguimento de tumultos gerados pela fome, houve o assassinato em massa de 232 pessoas e o ferimento grave de 47. Hoje, felizmente, os tempos são outros, com mais e melhores recursos. Um bom planeamento da logística e dos recursos de frio e conservação bem como um melhor aproveitamento dos recursos locais permitem garantir a armazenagem de alimentos suficiente para prevenir crises sociais graves como as que ocorreram no passado.
O antigo quartel mantém os seus traços originais, sendo ainda visível num canto a carcaça de um velho carro de combate aí abandonado pelo exército português.
O Platô é, no seu conjunto, um precioso manual de história. Muitos dos nomes originais das ruas (por exemplo Serpa Pinto, Fontes P. de Melo, Alexandre Corvo, Banco Nacional Ultramarino, Visconde São Januário) foram preservados. Há estátuas de antigos governadores que se encontram bem conservadas.
Para ali convergem as outras ruas com as suas diversificadas actividades. O espaço é amplo e harmonioso. Ali sentado, em qualquer ponto da praça, o cidadão vê a Câmara Municipal, a Igreja Matriz de Nossa Senhora das Graça, a Casa Feba e a Casa do Leão. O coreto é elegante e está bem cuidado. A praça é iluminada por energia solar. Tem internet livre o que muito contribui para que seja um excelente ponto para repouso e convívio.
No outro extremo do Platô está o edifício do Liceu que, com o bairro envolvente, é um bom exemplar da história e da elegância da arquitectura do século passado. O liceu foi construído em 1960 e foi então chamado Liceu Adriano Moreira. Pouco tempo após a independência, os cabo-verdianos decidiram rebaptizá-lo com o nome de Domingos Ramos, um natural de Cabo Verde que morreu nas matas da Guiné Bissau durante a guerra colonial.
Uma rua pedonal, a Rua 5 de Julho, liga a Praça Alexandre Albuquerque à Praça Domingos Ramos onde o liceu se encontra. No percurso é possível ver muitos edifícios ainda na sua traça antiga, de cores variadas, e dar uma olhadela ao colorido mercado municipal.
Para descansar escolhemos a esplanada do Restaurante Aviz, local que nos recomendaram para uma bebida ou uma refeição. Aí almoçámos, mas, francamente, ficámos muito desapontados com o serviço, incomodados com o tempo que nos fizeram esperar, e pela fraca qualidade da comida. Enfim, no nosso ponto de vista e de acordo com a experiência que tivemos, apenas a localização justifica a menção deste restaurante.
E eu espero voltar a Cabo Verde e ao mercado de Sucupira para rever o amigo Rocha Vicente e voltar a comprar tecidos coloridos na sua tenda.
Sem comentários:
Enviar um comentário