sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Panamá 2011 - Ansiedade e Aventura

O Panamá não seria um destino que eu escolheria em circunstâncias normais. Parecia-me que seria suficiente saber que é o País do Canal entre o Atlântico e o Pacífico com cerca de três milhões de habitantes. E que não haveria muito mais a descobrir.

Ter uma filha que fez trinta e três anos foi a razão maior para esta viagem ou para outra qualquer, até ao cabo do mundo se fosse preciso.

A preparação de uma viagem destas causa-me sempre grande ansiedade, creio que por causa do avião. E este caso não foi excepção.

No dia seis bem cedinho lá estávamos no Aeroporto de Lisboa. Eu nervoso como sempre, a tirar e pôr coisas nos bolsos. E, quando precisei delas, nunca soube onde estavam.

A viagem começou logo com aventura. Já prestes a iniciar a deslocação para a  pista, o comandante informou que tínhamos de esperar. Motivo: congestionamento de tráfego devido ao encerramento de uma das pistas do Aeroporto de Madrid para calibragem.

Quem tem ligações de voos não gosta de ouvir anúncios destes. Foram bem vinte minutos de espera antes de levantarmos voo. E chegados ao espaço do Aeroporto de Madrid, foi feito novo anúncio de retardamento. Foi mais uma meia hora de voos em círculo sobre montanhas com alguma neve nos cumes.

Uma vez desembarcados, foi a louca correria do Terminal 1 para o Terminal 4. Corredores longos, elevadores, escadas rolantes e um comboio conduzido electronicamente. A transferência demorou bem uma meia hora e não houve tempo a perder. Foi necessário ainda passar o balcão do controlo de passaportes. Felizmente não houve mais controlos de segurança. Chegámos a horas.

O início da viagem de Madrid para a cidade do Panamá foi, por sua vez, retardado cerca de uma hora. Mas já não tinha grandes razões para ansiedade. Pelos vistos, o comandante estava bem informado das limitações impostas aos voos de ligação e esperou pelos atrasados.

Os aviões das grandes viagens, das muitas que fiz para Hong Kong e de outras para Buenos Aires a agora esta para o Panamá, impõem-me respeito. A ascensão daquela enorme massa para o espaço é algo de notável e quase sempre tenho que me agarrar bem a qualquer coisa. Uma vez alcançada a altura de cruzeiro, as coisas serenam para mim e acabo por sentir alguma descontracção e consigo aproveitar o conforto quando este é proporcionado.

Já com meia hora de voo nessa longa estrada de 8.200 quilómetros até ao Panamá, pude ver a nossa cidade de Lisboa de uma altitude de cerca de onze mil metros. Nunca tal me tinha sido possível, pois todas as aproximações aéreas feitas até aqui o foram a bem mais baixa altitude.



O resto do percurso foi calmo. Tive tempo para ver dois filmes: "The Life as We Know it" e o "The Secretariat". Filmes leves que vi com agrado. Também houve tempo para descansar. O serviço a bordo foi razoável. As duas refeições servidas tinham qualidade muito boa.

A aproximação ao destino foi feita pelo lado da Colômbia.



Já sobre a Cidade do Panamá, a vista da Baía e das suas inúmeras torres de apartamentos foi para mim muito impressionante.



O desembarque foi rápido. Fomos premiados por termos sido dos primeiros a sair e a correr para as filas do controlo de imigração.

Os funcionários evidenciaram a sua adaptação natural ao ritmo lento.


- Vacaciones?
- Cuanto tiempo?

E o carimbo bateu nas respectivas páginas dos dois passaportes e abriu-nos a entrada no País que nos era desconhecido.

Olhámos para trás e ficámos aliviados por nos termos livrado daquelas enormes bichas a perder de vista.

A ansiedade por descobrimos o País e a expectativa de aventura era, a partir daquele momento, muito grande.

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