sábado, 19 de fevereiro de 2011

Panamá 2011 - Uma tarde de sábado sobre o Canal

O dia 12 de Fevereiro foi reservado para ir ver o Canal.

O  guia Panamá Explorer inicia assim o seu capítulo sobre o Canal:

Tudo começou quando Vasco Nuñez de Balboa recebeu a dica de Panquiaco, o filho do chefe índio Comagre, que, aterrorizado pela gula do Espanhóis pelo ouro, lhes disse que seria melhor que o procurassem no "outro mar" onde havia ouro a rodos.

Foi a primeira vez que os Espanhóis ouviram a notícia de que estavam em terras que tinham mar também no lado sul. Balboa não descansou enquanto não encontrou esse mar, chamando-lhe "Mar del Sur". Isto em 26 de Setembro de 1513.

No fim do Século XIX foi feito o traçado definitivo do Canal que coincidiu, na quase totalidade, com o percurso exploratório percorrido por Balboa.

A história do Canal é rica e feita de muitos capítulos. Na internet há muitos sites onde pode ser lida e por isso não me vou deter a expô-la aqui. Apenas alguns dados.

Começou a operar em 15 de Agosto de 1914, após dez anos de construção. Foi administrado pelos americanos até ao meio dia de 31 de Dezembro de 1999.

Tem três grupos de comportas que permitem elevar e descer os barcos de e para o nível dos oceanos. A água vai para o Pacífico e para o Atlântico a partir do Lago Gatum construído no curso do Rio Chagres que, com a sua corrente, alimenta o lago. As comportas levam dez minutos a encher e a esvaziar permitindo fazer elevar ou fazer descer os barcos.

O Canal, nesta posição, tem duas vias. Uma à frente do edifício e outra atrás. Ambas estavam a operar, no momento, no mesmo sentido (do Atlântico para o Pacífico). Os sentidos obedecem a turnos alternados. O Canal opera permanentemente vinte e quatro horas por dia e durante todos os dias do ano. 

As comportas de Miraflores são as que ficam mais perto da cidade do Panamá. São as mais visitadas por terem estruturas de apoio aos visitantes.


Marcámos o almoço no restaurante do edifício de apoio aos visitantes e tivemos a sorte de ficar na varanda e ver os barcos a passar a apenas alguns metros à nossa frente.

Vimos logo no início quatro iates de recreio já na última fase da sua passagem no canal. Iam juntinhos dois a dois. Em cada conjunto, os barcos seguiam atados um ao outro como dois meninos de creche infantil.

Estes iates estão prestes a concluir a travessia do Canal no sentido do Pacífico. A última comporta acabou de se abrir e, chegando ao fim do canal vão ser libertados e o comando da navegação vai ser devolvido aos respectivos proprietários. Durante a travessia todos os barcos ficam sob a condução e autoridade de um dos pilotos experientes do Canal.

Vieram depois grandes navios porta-contentores.


Em breve esta comporta irá ceder a água à comporta seguinte e este navio estará no lugar deixado pelos iates para seguir o seu destino através do Oceano Pacífico. 

E tivemos a sorte de ver passar mesmo à nossa frente uma enorme cidade flutuante, um barco de cruzeiro repleto de passageiros com quem trocámos gritos de boas vindas, coordenados por um animador que, pelo sistema sonoro do edifício, ia dando pormenorizadas informações sobre todos os procedimentos operacionais do Canal e do navio que estava a passar.


    O  Marina repleto de passageiros está mesmo à nossa frente ainda com a comporta cheia.



E já está a descer para a comporta seguinte. Parece um grande edifício urbano de apartamentos mesmo ali à nossa frente. Pagou para passar o Canal cerca de 900 mil US Dólares.


Depois de passar o Cruzeiro as comportas já estão a fechar. Dentro de dez minutos o espaço voltará a estar cheio de água e outro navio se aproximará. Na via da retaguarda um navio de contentores já está bastante em baixo, sinal de que as portas se abrirão em breve para poder passar. 

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