quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Panamá 2011- Esquiando sobre as nuvens

Estávamos de regresso à cidade do Panamá.

O avião era minúsculo. Trazia nove passageiros: os quatro do meu grupo, um casal de jovens alemães e uma mulher e duas crianças kunas. Na pista ficaram passageiros a protestar por não terem tido lugar. Fiquei com a impressão de que os kunas têm privilégios e prioridades quando se querem fazer transportar de avião para a capital.



O ruído dos dois motores era ensurdecedor e não adiantava taparmos os ouvidos com as mãos. Eu já andei em aviões de tamanho semelhante na Guiné e em Cabo Verde, mas já não me lembrava bem como era.

A primeira parte do trajecto foi sobre a costa norte do Panamá. Aproveitámos para ver do ar o belíssimo arquipélago de San Blas e para lhe dizermos adeus.



Porém, a certa altura, o avião começou a sobrevoar o continente para o atravessar.  As turbulências começaram mansas. Mas aproximou-se uma mancha de nuvens brancas e altas e o percurso dentro das nuvens tornou-se tormentoso. O avião abanava por todos os lados como se estivesse a ser batido por um enorme varapau. A certa altura, caiu num buraco bastante profundo e a respiração foi sustada porque os joelhos ficaram colados à garganta. O avião retomou a altura e todos procuravam sorrir para confortar os outros. Mas, nestas alturas, o sorriso não conforta nada por ser tão amarelo. O piloto, um homem já para lá dos cinquenta, era seguramente  um profissional com muita experiência e foi esta ideia que me deu alguma tranquilidade. Fez subir o avião para cima das nuvens e então por aí vínhamos como que a fazer esqui sobre elas. Subindo e descendo. A certa altura já achávamos graça a este divertimento.

Durante a travessia do continente, a paisagem era composta por muitas montanhas que pareciam cobertas de floresta densa. Eram raras as casas que se viam.



Só quando chegámos à costa do Pacífico é que o voo começou  a ser mais estável. Também a paisagem se alterou, pois começaram a aparecer povoados cada vez de maior dimensão. E desde longe se viam os inúmeros palitos da cidade do Panamá.

A aproximação ao aeroporto foi de mestre, pois permitiu-nos ter vistas excepcionais sobre a cidade que só o voo num avião de reduzidas dimensões ou de helicóptero pode permitir.

Adorei a última parte do voo que aproveitei para tirar mais algumas fotografias da cidade, num ângulo que não será nada fácil voltar a conseguir.  


A Ponte das Américas que marca a entrada no Canal

No fim cumprimentei o Comandante e agradeci-lhe a excelente vista que nos proporcionou da cidade. Ele retribuiu o agradecimento com uma cara de visível satisfação.

Houve controlo de passaportes e as bagagens foram revistadas por um militar e um cão.

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