sábado, 12 de fevereiro de 2011

Panamá 2011 - Quando o limite para a altura da construção é o céu

Chegar à Cidade do Panamá e ver os arranha-céus da zona costeira da baía é algo de inesquecível. Mas ter a sorte de entrar num deles, com setenta andares, subir até ao quadragésimo nono e aí depositar a bagagem por duas semanas é mais do que um grande privilégio.

A primeira sensação de alturas, tive-a logo no elevador quando os ouvidos me estalaram. Depois entrar e ir à varanda e ver daí o horizonte no momento do entardecer, foi um daqueles momentos raros que nos tocam para sempre. A Varanda é larga e comprida. As vistas são soberbas pela variedade das formas, a infinidade de luzes e pela policromia.

Não consegui chegar-me ao corrimão da grade de protecção. Fiquei a meio metro, de pés colados ao chão, regelado por vertigens. Quis saber o que está lá em baixo, mas não consegui espreitar. Com dificuldade, enfiei bem a presilha da máquina fotográfica no punho para não a  deixar cair e estendi o braço para tirar uma fotografia. E tirada esta, vi no écran um campo de futebol, vários campos de ténis e piscinas, tudo reduzido a miniaturas devido à distância...



Lá ao fundo das vistas do horizonte, aparecia o grande arco de uma ponte já iluminado, e que me disseram que é a entrada do Canal. Mesmo por cima, no céu, estava a lua, então a começar a fase crescente. Se o Canal liga o Pacífico ao Atlântico e se estamos no lado do Pacífico, gerou-se em mim um conflito de orientação. Para onde fica o Norte? Vim a verificar que, nestas paragens, a lua, na fase em que se encontra, fica muito perto da linha que vai na direcção do Norte. E não é mentirosa!



Foi lindo o anoitecer desse dia seis de Fevereiro de 2011, o mesmo dia em que saí de Lisboa, por favor da diferença horária que aqui é de menos cinco horas. O cair da noite visto da varanda do quadragésimo nono andar de um dos arranha-céus da Punta Pacífica, coladinho à baía da cidade do Panamá, é um suceder de quadros de beleza indiscritível que inspiram grande serenidade . Podíamos ver ao longe as inúmeras luzes das embarcações que, em várias filas quase paralelas, aguardavam a sua vez para entrarem no Canal e passarem para o lado do Oceano Atlântico.

Verifiquei, que mesmo ao lado, está a ser ultimado um novo edifício, que parece ainda mais alto do que aquele em que me encontrava.


Tem no cimo um enorme guindaste, cujo pé de base vem por aí a abaixo sendo visível ao passar pelo meio  do edifício até vários andares abaixo. Foi-me possível distinguir ainda relativamente perto mais cinco edifícios também em construção adiantada encimados pelos respectivos guindastes, que em contraste com a linha de azul escuro do horizonte me fizeram relembrar uma cena da guerra das estrelas em que robots poisam as suas enormes pernas em tudo o que encontram pela frente. Pelos vistos a construção civil junto à baía da cidade do Panamá está na moda e só tem como limites a altura do céu.

Sem comentários: