1. Costumamos dizer que quem é natural de Lisboa não tem terra. Isto por oposição aos que nasceram numa terra da província e vivem agora em Lisboa. Eu, porém, sou dos que vivem em Lisboa mas têm terra. E, além disso, gosto dela. A minha aldeia, Capinha, no concelho do Fundão, marcou-me para sempre, incluindo na forma de falar. Apesar de já ter saído de lá há mais de 50 anos e de aí voltar apenas de quando em quando, ainda conservo vestígios do linguajar local à base de sibilantes axim.
2. A minha netinha, que tem apenas dois anos, estava sentada à minha frente anteontem ao jantar, tentando comer pela sua própria mão. Eu, com outra colher, ia aproveitando para a ajudar. A certa altura disse-lhe que ainda faltava comer o arroz. E aí ela advertiu-me com a inocência mais encantadora do mundo, com os seus olhitos vivos e brilhantes: Ó Avô, não é arro..xe! É arroz!
3. Podem não acreditar mas foi verdade. E esta foi a lição mais linda que recebi nos últimos tempos!
Lisboa, 18 de Dezembro de 2007.
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1 comentário:
A tua netinha é o máximo! :)
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