segunda-feira, 16 de agosto de 2010

UM RÁDIO DE QUE EU GOSTO POR SER O MAIS PEQUENO

Aproveitando o fio da conversa que está agora na área dos rádios de que eu gosto, vou apresentar um dos meus preferidos, não só por ser o mais pequenino, mas também porque me lembra tempos de grande esperança que vivemos todos os que fizeram parte da Administração de Macau nos últimos dez anos da governação portuguesa. Foi um período em que havia muitas iniciativas e incentivos e todas as condições para as empresas portuguesas estabelecerem as suas bases de negócio na Cidade do Nome de Deus.

Houve muitas que aproveitaram a oportunidade. Mas hoje já são poucas as que ainda lá subsistem.


Este pequeno rádio é sensivelmente do tamanho de uma moeda de dois euros. Apanha muitas estações em frequência modelada. Tem um som excelente. Foi-me oferecido no dia em que foi inaugurada a subsidiária do Finibanco em Macau, em Maio de 1995. Foi um dia feliz para mim e para a Família Leite, dona do Finibanco, com quem tive a oportunidade de privar nessa altura. O patriarca, Sr. Álvaro Leite, já saudoso, estava radiante e os outros membros da Família não o estavam menos. O Eng. Humberto Leite não cabia em si de satisfação. A abertura do Banco em Macau representava a concretização de um passo importante na sua visão de jovem empresário.

Apesar dos votos de êxito e prosperidade que eu e muitas outras pessoas escrevemos no livro de honra no dia abertura, o Finibanco (Macau) não subsistiu por muito tempo, pois foi vendido a uma empresa de Hong Kong , a WinWise Holdings, Limited, em 27 de Maio de 2002.

Nas minhas idas posteriores a Macau não resisti, sempre que passava no local, a olhar para o ponto em que, com pompa e circunstância, em Maio de 1995, foi descerrada a designação "Finibanco (Macau) SARL", na Avenida da Praia Grande n.º 101, e a ver aí a nova e actual designação de “Banco Chinês de Macau”.

As instituições, como as pessoas, estão sujeitas às contingências da vida. O Finibanco sobreviveu em Macau apenas por sete anos, o que é muito pouco para uma instituição.

Aliás, o Finibanco parece não estar predestinado à longevidade, pois, como é sabido, está a ser alvo de aquisição pelo Montepio Geral, o que significa que, num futuro mais ou menos próximo, mudará de nome ou será absorvido, deixando de existir.

Muitas outras instituições já sofreram o mesmo. Quem não se lembra do Banco Português do Atlântico, do Sotto Mayor, do Totta. Por contraste, o BNU, que foi a grande instituição bancária do domínio colonial português, já não existe em parte nenhuma… Com excepção de Macau. Aí, sim, continua a ser uma instituição, prestigiada, sólida e muito respeitada.

2 comentários:

Mariana Ramos disse...

Ao falares dos aparelhos de rádio de que gostas, arranjaste uma boa maneira de recordar acontecimentos que viveste, desde tenra idade até há bem pouco tempo. Episódios servidos por uma bela prosa que convida à leitura. Continua!

Billy disse...

Também gostei muito e gosto destes passeios virtuais pelos meandros da memória. Queremos mais!