segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ELEIÇÕES DE 11 DE OUTUBRO DE 2009 - ATITUDES IMPRÓPRIAS




É ESSENCIAL À DEMOCRACIA a abertura, de quando em quando, de períodos eleitorais para que os cidadãos se organizem, elaborem programas e os discutam publicamente, dando destemidamente a cara para demonstrarem, aos que irão votar, a sua boa vontade de que são capazes de fazer melhor.

Por vezes, há debates públicos, entre líderes, que não são propriamente conversas meigas, com palmadinhas nas costas. Contudo, não é suposto quebrarem-se as regras da boa educação, pois tal situação extrema reduziria drasticamente a cotação dos candidatos junto da opinião pública.

A nível de um pequeno concelho ou de uma aldeia não é fácil organizar um debate público com moderador e o ambiente de pompa e circunstância. Isto não impede que os contendores políticos troquem as suas ideias, por vezes em simples encontros ocasionais ou mesmo sentados à mesa de um café. O correcto é falarem cara a cara.

Os eleitores também têm oportunidade de falarem com os líderes e uns com os outros para tomarem a decisão sobre o sentido do seu voto.

Na minha aldeia, povoada com gente de bem, há cartazes com as caras dos representantes das diversas forças políticas nos locais públicos privilegiados. Não passam despercebidos. Por outro lado, ouvimos as pessoas discutirem a suas preferências por uma das principais listas: a do PSD ou a do PS. Para mim, que não sou eleitor local, as listas nomeiam cidadãos respeitáveis e os programas não me sugerem grandes divergências de fundo.

A divisão da opinião pública parece saudável. Contudo, há quem prefira entrar nas conversas, de modo despudorado e encoberto, pela calada da noite, esboçando ameaças de grande violência a um dos candidatos. Na verdade, pudemos ver um dos cartazes onde a cara do candidato foi recortada com uma tesoura ou outro instrumento cortante. É pena que alguém, nos tempos de hoje, não dê a cara e prefira uma tal linguagem da cobardia que, de todo, devemos repudiar. Uma vez que tal procedimento é crime, espero que as autoridades façam o seu trabalho e não deixem na penumbra este mau exemplo corrosivo da democracia.

Por curiosidade, o buraco aberto no cartaz deixa aparecer uma nesga de céu azul dividida por um fio e também as pontas de uns ramos de oliveira, sinal de que a paz teima em se mostrar.

1 comentário:

Billy disse...

O que mais gostei foi do ramo de oliveira a aparecer por trás. :)