sexta-feira, 11 de março de 2011

Panamá 2011 – Os pulmões da cidade – El Cerro de Ancón

A Cidade do Panamá que goza de brisas marítimas e não sofre de grande poluição industrial, beneficia ainda de dois importantes pulmões verdes, que sentimos prazer em visitar.

Um deles é o Cerro de Ancón. O outro é o Parque Omar.


Vistas da cidade nova do Panamá e da Baía, a partir do Cerro de Ancón

De toda a cidade do Panamá é visível uma enorme bandeira nacional içada permanentemente no topo de um monte verde, que, ao flutuar majestosa, indica a direcção do vento e enche os panaminanos de auto estima. Se lhes perguntarmos que bandeira é aquela, eles dizem-nos, com orgulho, que é a bandeira nacional do Panamá a flutuar no Cerro de Ancón.

A partir de então sentimo-nos na obrigação de a ir ver de perto.

O acesso, para quem vai de carro, está bem coordenado para evitar entupimentos. E ficamos admirados pelo zelo com que a natureza é aí valorizada. Há avisos que apelam ao asseio e ao respeito pelas plantas e animais. Nota-se o cuidado pró activo dos visitantes em corresponder a esses avisos.

Sabe bem sentir o cheiro da floresta tropical húmida, ver e ouvir, aqui e ali, as aves exóticas. Já não se notam as enormes crateras deixadas pela retirada de muitas toneladas da pedra usada na construção do Canal, pois já foram disfarçadas por acção da própria natureza ou por construções de utilidade social que não ofendem a paisagem.

Há, no topo do monte, tabuletas dispersas com pedaços de poesia que contribuem para que o nosso espírito se sinta ainda mais enleado pelo deslumbramento das vistas.

Soñava yo com mi regreso un dia;
de rodillhos mi tierra saludar;
contarle mi nostalgia, mi agonia,
y a su sombra tranquila descansar.

Sé que no eres el mismo; quiero verte
y de lejos tu cima comtemplar;
me queda el corazón para quererte,
ya que no puedo junto a ti llorar.

Centinela avanzada, por tu duelo
lleva mi lira um lazo de créspon;
tu ángel custodio remontose al cielo…
ya no eres mio, idolatrado Ancón.


Ficamos surpreendidos pela estátua vivificante da figura de Doña Amelia Denis de Icaza que escreveu estes versos no poema chamado “El Cerro de Ancón”, em 1906, quando este monte já estava sob domínio americano.

As vistas sobre toda a cidade do Panamá e sobre o Canal fizeram-nos sentir que foram bem aplicadas as horas que passámos a visitar este miradouro natural do Cidade do Panamá.

Vistas para o lado do Canal, vendo-se o aeroporto municipal
 e, mais ao fundo, as comportas de Miraflores.

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