domingo, 27 de maio de 2007

Maio, o mês de todos os encontros


Verifico que o mês de Maio é propício a todos os encontros. Ele são os companheiros da escola, do liceu, da tropa, do emprego, ou, como aconteceu ontem comigo, dos reformados da mesma empresa.

Ontem foi o dia do 24.º Encontro dos Reformados do Banco de Portugal (BP).

É simpática esta inicitiva. A quase totalidade das empresas usa o método de uma vez reformado está descartado, não tendo mais a ver com o ex-colaborador, seja para que efeito for. O BP é pioneiro e diferente. Respeita aqueles que o serviram, mantém uma política social de apoio e organiza anualmente um encontro.

Pela minha parte considero que é o meu único dia de trabalho obrigatório e, enquanto puder, lá estarei. Já me habituei ao aspecto psicológico mais negativo que é sentirmo-nos definitivamente no grupo da terceira idade.

O encontro consta essencialmente de dois actos importantes. Uma missa nos Jerónimos onde são lembrados os reformados já falecidos e um almoço na FIL com um menu uniforme mas muito completo. É ainda distribuída uma medalha comemorativa. A deste ano reproduz uma imagem de Luiz Vaz de Camões que, em tempos, fez parte das notas do Banco de Portugal.

É interessante observar o ambiente social de um grupo de reformados sendo quase chocante o esforço que alguns e algumas fazem para parecerem muito mais novos ...

Gostei. O Banco de Portugal é uma grande instituição. Lembro que as minhas filhas sentiam sempre muito orgulho quando lhes perguntavam a profissão do pai e diziam empregado do Banco de Portugal.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

TOMAR - Domingo, 20 de Maio de 2007

Convento de Cristo

Há quase meio século, em 7 de Outubro de 1957, deixei a minha terra, Capinha, na Cova da Beira, para passar pela primeira vez para o sul da Serra da Gardunha. Até então o cume desta serra ligado ao céu era o limite do meu mundo e andava curioso em descobrir o que havia para além desse limite.

Nesse dia em que nadei pela primeira vez de comboio, a minha grande viagem foi para o Convento de Cristo em Tomar.

Os tectos eram muito altos, as salas grandes, os corredores não tinham fim...

Foi grande a mudança: disciplina e horário rigorosos, companheiros novos, o tempo totalmente preenchido, sem a liberdade de decidir a volta que iria dar ou a brincadeira em que participar.

Agora, no passado fim de semana, foi tempo de recordações. Pude ouvir missa cantada na capela em que costumava ir três vezes ao dia pelo menos. Almocei no grande refeitório, sensivelmente no lugar em que, durante muito tempo, eu me costumava sentar.

A emoção foi grande.

Na camarata onde dormi no período de 3 de Setembro de 1958 a 14 de Julho de 1959, sentado perto do local onde se situava a minha cama, pude ouvir o excelente Coro Litúrgico de Milheirós de Poiares a cantar peças clássicas de Bach, Hassler e Aichinguer e uma surpreendente peça do actual Presidente da ARM que a todos encantou ...

O dia passou depressa.

Tenciono voltar lá em 5 de Outubro próximo para, juntamente com os cerca de cem companheiros de 1957, comemorar os 50 anos da entrada nessa grande casa!!!

Fátima - 19 de Maio de 2007

O fim-de-semana de 19-20 de Maio, foi dedicado ao encontro anual da ARM (Associação Regina Mundi) que congrega os antigos alunos da Sociedade Missionária Portuguesa, em que eu me incluo.

As reuniões de sábado ocorreram no Seminário de S. Francisco Xavier em Fátima localizado no alto os Moinhos, lugar que não foi fácil encontrar. Certamente que quem organizou o evento conhece bem os caminhos, mas quem lá vai pela primeira vez tem muita dificuldade. Um croquis orientador teria sido de grande utilidade. Perguntávamos pelo Seminário de S. Francisco Xavier e ninguém o conhecia. Vagamente alguém nos disse onde moravam os Missionários da Boa Nova. Mas lá o prédio, na Rua de Santa Clara, com o logo dos Missionários da Boa Nova bem visível, estava fechado, completamente silencioso. Num convento em frente indicaram-nos o alto dos Moinhos e lá chegámos após algumas hesitações.

Nota: O Seminário de S. Francisco Xavier substituiu o seminário das missões que funcionou no Convento de Cristo em Tomar de 1921 a 1992.

A tarde de sábado foi curta para rever os amigos e participar nas actividades associativas. Emocionei-me ao ouvir o P. JMG, missionário a tempo inteiro em Moçambique, falar das suas experiências.

À noite fomos sentir a paz do Santuário. Em sinal de agradecimento deixei a queimar três grandes velas:

- A primeira, pela minha filha B que recentemente teve um problema de saúde sério em si, mas que à distância de Lisboa a Buenos Aires me pareceu do tamanho dos Himalaias. Felizmente que foi ultrapassado e ela já está a retomar a sua vida normal;

- A segunda, por um dos meus irmãos que, há já alguns anos, teve um problema cardiovascular muitíssimo sério e que agora respira juventude;

- A terceira, por um meu Amigo que vive em Hong Kong e que, há poucos anos, foi contaminado com a SARS (Severe Acute Respiratory Syndrome), doença quase sempre fatal. Ele foi dos poucos que experimentou o milagre de sobreviver a tão terrível flagelo. Hoje faz uma vida extremamente activa dando a ideia de que tem medo que o tempo lhe venha a faltar já amanhã para tudo o que ainda deseja fazer.

Nas três situações, os meus sentimentos superaram tudo o que era real e atingiram grande força, procurando recursos para além do possível, só imagináveis no sobrenatural. Nesse domínio, a minha fada da sorte a quem, nos três casos referidos, recorri foi a Virgem Maria / Senhora da Conceição / Senhora de Fátima… Agora os círios ficaram lá a arder… O meu muito modesto sinal de agradecimento.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Começo

Decidi que hoje iniciava o meu BLOG. O nome que me ocorreu é DICFORTE, das plavras latinas "dic" e "forte", que significam "Fala Alto"! (imperativo). Na verdade, eu bem preciso que a voz do meu blog chegue bem longe: ao Rio de Janeiro, a Buenos Aires, a Macau e a Hong Kong, por exemplo. Será que vai resultar? O tempo dirá...