sábado, 27 de novembro de 2010

Ai Weibei, um chinês com montes de paciência de dito

No museu das artes de Londres “Britain Tate” fui encontrar, no passado dia 19, algo que me parece surpreendente.

O cartaz de apresentação de Ai Weibei

Na parte mais baixa do Museu está em exposição uma espécie de tapete, com a área equivalente a cerca de um quarto de campo de futebol.

Vista geral do tapete

Tem a espessura de mais ou menos seis centímetros e é composto por cerca de cem milhões de pequenas partículas, imitando sementes de girassol, feitas a partir de bocadinhos de porcelana.

A espessura do tapete

O artista, mencionado acima, tem aquilo a que podemos chamar verdadeira paciência de chinês, pois só assim poderia ter passado tanto tempo a recortar cacos para lhes dar a forma de sementes de girassol.

E o feito é que conseguiu levá-los para o Museu da Arte Moderna de Londres, o Britain Tate, que é, de certo modo, o equivalente ao nosso Museu Gulbenkian.

Inicialmente as pessoas podiam passear pelo tapete. Desconfio que terá havido umas tantas que não resistiram a apanhar algumas sementinhas para recordação.

O aviso para não retirarem sementes

E veio a solução de fechar o espaço ao passeio dos curiosos, alegadamente porque o movimento dos pés sobre as sementes fazia libertar um pó tóxico muito prejudicial para a saúde.

As sementes imitadoras de Ai Weibei

Mesmo não podendo pisar as sementinhas, fiquei com a sensação de se tratar de um grande feito. Só não consigo avaliar o seu valor artístico. Se pudesse apanhar umas tantas sementinhas para as comparar com as verdadeiras sementes de girassol, então poderia verificar se a imitação é perfeita ou não.

As verdadeiras sementes de girassol (1)

Assim, detenho-me a observar o conjunto dos cem milhões de caquinhos de porcelana, menos uns tantos que curiosos terão levado.

As verdadeiras sementes de girassol  (2)

O Sr. Ai Weibei é, de facto, um cromo e um daqueles maduros que de vez em quando se evidenciam com bizarrias surpreendentes.