sexta-feira, 8 de abril de 2011

O 28.º Encontro dos Reformados do Banco de Portugal

Este ano, os encontros anuais começaram mais cedo, quebrando-se a tradição de o mês de Maio ser considerado o mês de todos os encontros. Com efeito, o encontro anual dos reformados do Banco de Portugal deste ano ocorreu no passado dia 2 de Abril.

Este encontro já está despachado. Não quero dizer, com esta expressão de alívio, que não goste de participar nele. Antes pelo contrário. É que assim já não me obriga a fazer opções, como aconteceu em anos em que coincidiu em datas já ocupadas por outros.

A organização do encontro deste ano teve em conta a situação de crise. Houve mais racionalização e descentralização. Só pôde participar quem se inscreveu a tempo e foram organizados encontros regionais, em vez de um único encontro nacional, para evitar despesas de viagem.


Foi a primeira oportunidade de o novo Governador, Dr. Carlos Costa, se dirigir à vasta plateia dos antigos colaboradores do Banco, que tanto orgulho tiveram em servir tão prestigiada instituição e sentem agora muita emoção e nostalgia quando recordam pessoas e episódios do passado. Pessoalmente fico sempre muito impressionado quando reencontro pessoas que já não via há várias dezenas de anos e que ainda estavam na minha memória com a imagem do antigamente. É difícil sobrepor na imagem de uma bonita colega de antanho, bonita, alegre, jovem e atraente, aquela da mesma pessoa que reencontramos agora, já com cabelos brancos, meio curvada e com uma netinha a acompanhá-la. As pessoas deveriam ter o direito de poder permanecer na forma mais saudável e pujante que, em certo momento, atingiram na linha do tempo das suas vidas.


As palavras simpáticas que o Senhor Governador dirigiu aos reformados tentaram motivá-los para o relevante papel que eles ainda podem desempenhar, lançando-lhes o desafio de se empenharem num voluntariado social coordenado pelo próprio Banco, como quem diz, mexam-se porque ainda podem ser úteis.

Gostei da ideia. Também o voluntariado precisa de estímulos, coordenação e meios de apoio e o Banco pode disponibilizar uma boa parte desses requisitos. É  triste vermos, cada vez com mais frequência, notícias de pessoas que morreram na mais completa solidão e cujos restos só são descobertos vários dias, meses ou até anos depois. O voluntariado pode desempenhar um papel activo na identificação e acompanhamento de pessoas solitárias.


Agradou-me muito a notícia de em breve ir ser reaberto a Refeitório do Rossio. O Refeitório é sempre uma boa razão para ir até à Baixa e encontrar lá amigos. E para mim tem ainda a vantagem de me trazer a boa recordação das vezes que eu lá levava as minhas filhas. Uma ida com o pai à cantina do Banco era um evento muito apreciado por elas.

E não é verdade que a mousse de chocolate que lá era servida nos deixou saudades?