quinta-feira, 8 de abril de 2010

AFINAL SÃO CINCO.... AS TERRAS

Na postagem anterior, disse que as minhas terras são quatro. No entanto, reparo agora que me enganei, e, mais do que isso, sinto que estou a ser injusto ao ponto de se justificar um sentimento de arrependimento. É que, afinal, as minhas terras são cinco, pois estava a esquecer-me desta outra em que agora me encontro e que é Armação de Pêra. Tratou-se de um esquecimento incompreensível, pois até tenho aqui uma segunda residência. Na verdade, há já cerca de trinta anos que aqui venho regularmente no Verão, e, por vezes, também noutras épocas do ano. Reencontrámos aqui muitas pessoas, conhecemos muita gente, aconteceram muitas coisas. As recordações nostálgicas invadem-me de assalto - o Ti Chico das Sardinhas, aquela vez em que uma das filhas, ainda pequenina, se perdeu na praia apinhada de gente, o tempo que demorámos a encontrá-la, como foram longos e angustiantes esses minutos!!! - e, se não lhes fecho a porta imediatamente, esta nota não sai da última letra que tenho escrita.

Uma vez fechada a porta às recordações, vou falar daquilo que tinha na intenção. E que é a espectacular renovação que encontrei em todo o passeio marítimo desta minha quinta terra, desde uma ponta à outra. E aqui, sim, há lugar a uma ou duas notas nostálgicas. É que um dos pontos de referência da criançada e dos adultos era o Minigolfe. Nas noites de Verão, era ali o ponto de encontro. E, enquanto os pequenos se entretinham a empurrar as bolas no circuito, os pais punham a conversa em dia em relação às notícias da actualidade. Lembro-me, por exemplo, de uma discussão encarniçada num certo dia em que o tema foi o dos deputados que se aumentaram despudoramente a si próprios. Agora, no local não há esplanada, não há minigolfe, não há aparelhos para a criançada brincar. Há um espaço aberto, com um chão coberto com largos ladrilhos e pedra, granito, e uns bancos, estilizados, alumiados por uns candeeiros de jeito modernaço.

O local onde era o Minigolfe

Todo o passeio marítimo, desde a Praia do Ti Chico à Doca dos Pescadores está renovado. Posso dizer que, no conjunto, está muito melhor. Mais aberto, convenientemente marcado como zona pedonal, com uma iluminação contida mas eficiente, nada de exageros.

Nostalgicamente, ficou escrito na calçada a palavra Casino em frente do edifício onde este, outrora, funcionou.


Em frente da igreja há repuxos intermitentes que, seguramente, vão dar uma sensação de frescura aos que ali se detiverem por alguns instantes ou ali fizerem esplanada.


Mas o abominável mamarracho tinha de aparecer. Na Praia da Fortaleza, foi implatado um estranho barracão, que nunca ali esteve, que até um cego vê que não deveria ali estar e que só insondáveis interesses ainda mantêm de pé. Ainda por cima lhe chamam o Palhota Café.

Junto à Praia da Fortaleza

Ficou mais bonita a Rotunda da Lota que beneficiou da colocação de um colorido e tradicional barco de pesca. Há, no entanto, um reparo a fazer. Este barco não tem nome, é um "no name boat", quando as traineiras que vemos na Praia dos Pescadores têm todas nome e alguns dos nomes que lemos inspiram um profundo sentimento de família, de fé, do respeito pelo mar, ou de um amor verdadeiro.



2 comentários:

Billy disse...

Muito bem! Está pronta para receber os veraneantes deste ano.

Bau disse...

Já não há mini-golfe? Está visto que quem decidiu isto já não se lembra do que é ser criança!!!
O mini-golfe era tão ansiado como os gelados no Pinguim ou o dia seguinte de praia. Que pena.
Mas no geral está com bom aspecto.
Obrigada pelo update! (Da filha que felizmente só esteve perdida durante 15/20 minutos)