A manhã
de 28 de abril de 2014 começou
com as rotinas próprias
de um dia de turismo em grupo. O morning
call, o pequeno-almoço,
a reunião no
autocarro. Tudo normal. Apenas reparei numa novidade. O vidro do autocarro que
havia sido partido por uma pedrada de garotos quando vínhamos do Norte estava finalmente
reparado.
Seguiu-se uma jornada de intensa atividade turística com passagem
breve por alguns dos lugares santos de referência
junto a Jerusalém, fora das muralhas.
Começámos
por ser conduzidos para o cimo do Monte das Oliveiras. Já lá
tínhamos estado para observar a Cidade Santa. E até
descemos o Monte a pé. Mas agora o objetivo era visitar
dois lugares santos qua aí
se encontram, bem perto do miradouro com vista sobre a cidade e próximos um do outro:
o lugar da Ascensão
e a Igreja do Pai Nosso.
Curiosamente, ao procurar num guia turístico a Igreja da Ascensão, o índice
não me respondeu
por esse nome, mas sim por Mesquita da Ascensão.
Fiquei interessado em saber a razão do nome mesquita.
Ao chegarmos ao local deparámos com um espaço
amplo, cercado por um muro alto. No meio do espaço está uma pequena capela. É
essa a capela da Ascensão.
O chão do espaço é
de lajes de pedra e está limpo e bem conservado. Observando
melhor, vemos junto ao muro circundante, em diversos pontos, várias
bases de grossas colunas de pedra o que dá a entender que ali já
existiu uma grande igreja.
Por detrás do muro, no lado esquerdo de quem entra no espaço, aparece o minarete alto de uma mesquita.
Na verdade o espaço onde está a capela da Ascensão faz parte da mesquita e está sob administração muçulmana, que, em certas datas e sob determinadas condições, autoriza a realização de atos de culto a outras religiões, nomeadamente à católica romana.
Por detrás do muro, no lado esquerdo de quem entra no espaço, aparece o minarete alto de uma mesquita.
Na verdade o espaço onde está a capela da Ascensão faz parte da mesquita e está sob administração muçulmana, que, em certas datas e sob determinadas condições, autoriza a realização de atos de culto a outras religiões, nomeadamente à católica romana.
Dentro da capela há um pequeno retângulo
no chão delimitado por uma moldura de pedra, onde é
visível uma pegada humana gravada na rocha que os crentes
aceitam como sendo de Jesus Cristo e junto da qual usam deixar velas acesas,
papelinhos com votos ou donativos em dinheiro.
A história do local como memorial da Ascensão
remonta aos primeiros tempos do cristianismo. E, cerca de 390, foi ali construída
uma imponente basílica financiada por uma rica mulher
romana. Esta basílica foi destruída em
614 pelos persas sassânidas. Foi mais tarde reconstruída
e pouco tempo depois novamente destruída. Chegaram os cruzados que a
reconstruíram novamente. Mas chegaram os muçulmanos
de Saladino que a voltaram a destruir, deixando apenas a estrutura octogonal
existente, com cerca de doze metros por doze.
O local e terrenos adjacentes
foram “adquiridos” por emissários
de Saladino em 1198 e, desde então, mantêm-se como propriedade muçulmana,
fazendo parte do complexo da mesquita. O local abre para visitas do público
durante um horário anunciado no local e nos guias turísticos. Por cima da porta de entrada estão indicados os números de telefone para marcação de visitas.
Dentro da capela pudemos ouvir o P. Artur a ler os textos bíblicos
que descrevem a Ascensão de Cristo.
Conta Marcos que, após a ressurreição, Jesus
se manifestou aos onze quando estavam à mesa. Disse-lhes então
para irem por todo o mundo e pregarem o evangelho a toda a criatura.
Por seu lado, Lucas diz que Jesus conduziu os discípulos
até Betânia, no Monte das Oliveiras, e,
levantando as mãos, os abençoou.
Enquanto os abençoava ia-se afastando deles e foi
elevado ao céu. E eles, tendo-o adorado, voltaram
para Jerusalém com grande alegria.
Também os Atos dos Apóstolos
descrevem o mesmo fenómeno. Após se referirem à
instrução dos discípulos concluem: tendo dito estas coisas, foi Jesus elevado à vista deles e uma nuvem o recebeu e ocultou aos seus olhos.
Apareceram então dois
homens vestidos de branco a dizer-lhes que aquele Jesus que, de entre eles, foi
elevado ao céu virá um dia do mesmo modo que o tinham
visto partir.
O ponto alto da nossa visita ao local foi quando o nosso grupo,
em coro, cantou o ide por todo o mundo e
anunciai a boa nova. Foi emocionante ver o entusiamo de alguns dos nossos
companheiros que, como já tinham feito noutros lugares, enchiam
bem os pulmões para cantarem. Até parecia que queriam que as suas vozes
ficassem gravadas nas pedras à volta e aí
ecoassem para sempre.
O local é também venerado pelos muçulmanos.
Para eles, Jesus Cristo é um profeta e acreditam também
que foi ali que ele ascendeu aos céus.
Após a visita, saímos do
espaço muralhado e descemos a avenida a pé até
à igreja do Pai Nosso.
Sem comentários:
Enviar um comentário