Saímos
da Igreja da Ascensão
e seguimos a pé para
a Igreja do Pai-Nosso, a poucos minutos de distância.
Assim, após
um curto passeio, deparámos
com um muro com uns quatro a cinco metros de altura e bastante extenso. Apareciam
por detrás
dele, algumas copas de ciprestes.
Fomos conduzidos para uma porta que tinha gravada, por cima, a
palavra PATERNOSTER. Ao lado, em azulejo, estava a palavra ELEONA, que, na sua
raiz grega, significa das oliveiras.
Entrámos e vimos um espaço amplo, a um nível inferior, para o qual descemos por uma rampa em forma da letra u, ladeada de roseiras floridas, de pequenos arbustos decorativos e de ciprestes.
O espaço está murado e tem, em toda a sua extensão, retângulos de azulejos com as inscrições do Pai Nosso em mais de setenta idiomas.
Logo senti a curiosidade de ir ver onde estava o painel com o
Pai Nosso em português.
Não foi difícil, pois uma das
companheiras já o
tinha localizado e indicou-me qual era. Detive-me por uns instantes a ler a oração na nossa língua. Com surpresa
minha, está numa
versão
bastante antiga que, de imediato, me trouxe a recordação dos meus pais, pois era a versão que eles rezavam
e que me ensinaram.
O meu pai, quando se deitava, rezava sempre “Um
Padre Nosso pelas almas das nossas obrigações”.
E, a certa altura, dizia “perdoai- nos as nossas dívidas assim como nos perdoamos aos nossos
devedores”. Herdei o costume de rezar o Padre Nosso pelas almas das
nossas obrigações,
mas não
consigo passar sem dizer a versão
moderna das ofensas e de quem nos tem ofendido.
Visto o pátio
e o claustro, fomos encaminhados para uma porta que dá para uma gruta que tem gravados por
cima os seguintes dizeres latinos: SPELUNCA IN QUA DOCEBAT DOMINUS APÓSTOLOS IN MONTE
OLIVETI (Lugar em que o Senhor ensinava os Apóstolos
no Monte das Oliveiras).
É uma gruta bastante ampla que tem uma janela gradeada para um pequeno recanto onde está a indicação de que é espaço privativo das freiras carmelitas.
Como de costume, o P. Artur leu os trechos bíblicos relacionados
com o local, após
o que nos convidou a cantarmos o Pai Nosso. Embora o começo fosse titubeante
e desafinado, logo foi encontrada a sintonia e a oração saiu com um calor redobrado bem
sentido nas nossas mãos
que se espertavam umas às
outras.
Todo o espaço se encontra bem cuidado. Apreciei a quantidade e variedade policroma das roseiras que libertavam para o meio ambiente um discreto perfume, aliás muito agradável.
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