domingo, 27 de julho de 2014

Viagem à Terra Santa em 2014 - 7. 26 de Abril, para Jerusalém. 7.2.


7.2. Monte Tabor

Do Local do Batismo ao Monte Tabor são cerca de trinta quilómetros o que, em tempo de viagem de autocarro, foram mais ou menos cinquenta minutos.

O percurso é muito interessante pois envolve a subida de encostas com a estrada a fazer curvas e contra-curvas. Foi uma oportunidade excelente para apreciar as variações da paisagem. E, a certa altura, surgiu o momento apropriado para fazer um último adeus ao Mar da Galileia.

Quando, na véspera, íamos para Nazaré, já tínhamos visto o Monte Tabor de longe. Agora era para lá que nos dirigíamos.

Distingue-se perfeitamente no meio da paisagem por ser o monte mais alto. Mas, contrariamente a muitos outros, está coberto por uma cor mais escura, o que significa que tem muito arvoredo e arbustos. 

À medida que nos íamos aproximando, o Monte aumentava de dimensão e o arvoredo e as casas iam ficando mais visíveis.

Até que o autocarro começou a sua subida, talvez até ao meio da encosta, chegando a um espaço amplo reservado a parqueamento.


O guia explicou-nos que, a partir dali, teríamos de ir nuns  mini-autocarros ou a pé. Excluiu logo esta última hipótese, e saímos para um espaço com uma loja e esplanada onde já havia muita gente, que, pelo aspecto, me pareceu serem os peregrinos etíopes que estiveram connosco no mesmo hotel em Tiberias.
 
 
 A fila estava assim muita grossa e longa e logo suspeitei que seria coisa para demorar. Surpreendentemente o meu iPhone detectou uma rede de internet livre e aproveitei parte do tempo para pôr os emails em dia, assim como para ver as notícias da nossa terra distante. Pensei que o ponto de internet livre fosse facultado no local aos visitantes. Mas podia não ser assim. Verifiquei mais tarde que isso acontecia sempre que estávamos num parqueamento de autocarros, pois uma boa parte dos autocarros são modernos ao ponto de terem rede wi-fi livre para os passageiros, acessível aos vizinhos, quando estão nos parques.

A espera já ia longa e a fila pouco avançava. Ia aproveitando para ver as vistas à nossa volta.
 
 
 Havia mesmo muita gente à nossa frente. Vi o guia Sebastião ficar muito nervoso. A certa altura, entrou em negociações com outros guias para ver se arranjava maneira de nos colar a um grupo mais adiantado. Isso não foi possível e resultou numa grande discussão, com os tons de voz a aumentarem à medida que se iam juntando outros guias. A certa altura veio uma mocinha da casa dos trinta, de altura média, que desencadeou uma gritaria infernal agarrada a um dos cotovelos do Sebastião. Como falavam hebraico não deu para perceber o que ela gritava, mas não devia ser coisa boa. O guia Sebastião libertou-se dela e dirigiu-se logo para o P. Artur pegando-lhe no braço e conduzindo-o para um local mais afastado para uma conversa tipo pé de orelha mas que pude ouvir perfeitamente porque os segui. Ele colocou a opção: ou ficávamos ali para ir lá acima e todo o restante programa do dia ficaria prejudicado, ou sairíamos para o continuar. O tempo de espera para irmos ao cimo do Monte Tabor seria muito longo, podendo demorar horas e, ali, já nós estávamos há mais de uma.

O P. Artur compreendeu a mensagem e logo começou a motivar o grupo para a opção de regresso  ao autocarro.

 E adeus Monte Tabor até uma próxima oportunidade.
 
 
Não tivemos assim oportunidade de reviver in loco o êxtase dos discípulos de Jesus e dizermos que também queríamos montar ali tendas para ficar ....

A partir de pesquisas na net pude ver como é a topografia do cimo do Monte e o que lá existe. Impressionou-me o mapa de acesso com muitas curvas muito apertadas e as fotografias das duas igrejas que lá existem. Para uma delas, creio que a mais importante, segue-se por uma espécie de ponte em pedra com flores e árvores de ambos os lados. Foi uma das torres desta igreja que ainda pude fotografar de lá debaixo, do parque de estacionamento.

Foi pena termos falhado neste objectivo. Se no dia anterior, quando fomos almoçar no Local do Batismo, tivéssemos aproveitado melhor o tempo para revivermos os momentos do batismo talvez tivéssemos chegado mais cedo ao Monte Tabor e não teríamos sofrido a decepção de ter passado ao lado.

Sem comentários: