A viagem de Nablus para Ramallah foi através de um percurso
bastante irregular que o nosso condutor Itam seguiu com todo o cuidado. Há um outro menos
acidentado mas teria perto de duzentos quilómetros
e duraria mais de três
horas. A verdade é que,
depois de termos deixado o Hotel Leonardo Club em Tiberias, já tínhamos passado pelo
Local do Batismo, pelo Monte Tabor, por Naim e por Nablus. A manhã já ia longa. Já era muito desejada
a hora do almoço.
No último
apontamento tínhamos
acabado de admirar as vistas de Nablus, uma cidade larga com muita história e com cerca de
cento e quarenta mil habitantes, do cimo do monte que lhe serve de travesseiro.
Lá perto estão as ruínas de Siquém, cidade que, no
passado, foi muito importante, mas que foi destruída
tantas vezes que os homens desistiram, de todo, de a reconstruir.
Ainda mal tínhamos
recomeçado a
viagem, quando o nosso guia local nos chamou a atenção para um luxuoso condomínio, aliás muito bem
apresentado, que estava a ser ultimado junto à
estrada, no lado direito.
Este nosso guia expressava-se com o coração aberto dirigindo-se a nós sempre com a
expressão meus
queridos, meus queridos irmãos
de Portugal. Desfazia-se em esforços para nos
agradar. Tentava explicar tudo e procurava adivinhar aquilo de que podíamos precisar.
Comunicava num português
imperfeito, com sotaque brasileiro misturado, por vezes, com entoação castelhana.
Logo saiu do seu aparente embaraço quando viu uma venda de melancias junto à estrada. E perguntou se queríamos provar as melancias palestinianas. Houve uma resposta afirmativa em coro.
As casas de um lado e do outro da estrada começaram a ser contínuas. Estávamos a chegar a
Ramallah. Num dado momento, o guia e o condutor falaram um com o outro e o Itam
encostou o autocarro. Saíram
os dois .... A comprar melancias. Lá
fizeram o negócio
com o lojista local que os ajudou a meter no autocarro umas quantas grandes
melancias que trazia num cesto. Depois retomámos
a marcha, avisando o guia que as melancias ficavam para o lanche pois agora íamos almoçar.
Estávamos
a atravessar Ramallah. É
uma cidade bonita. A maioria dos prédios
são novos e
construídos
com a pedra branca da Palestina.
A rua central não
é muito larga,
mas é muito
movimentada. Muitas lojas, muitos carros, com o trânsito um tanto ou quanto
descoordenado. No entanto, nota-se o ar da tranquilidade das pessoas.
Reconheci, no lado esquerdo, o palácio
do Presidente Abbas. Mas foi só
uma passagem porque o autocarro não
parou.
Depois havia uma rotunda com um grande poste em pedra, muito alto, que
tinha içada a
bandeira da Nação.
Lá no cimo,
muito perto da bandeira, há
a figura de um homem que, subindo o poste, tenta chegar à bandeira.
Vemos que há centros
comerciais, lojas e escritórios, notando-se quais são os de advogados pelo facto de apresentarem nas placas a
balança da justiça.
Alguns têm a
indicação de
Law Office em letras romanas por baixo das letras árabes.
Chegou a altura de deixarmos a rua principal e seguirmos por uma
rua que desce a colina.
Não tardou que o guia informasse que tínhamos chegado ao local onde íamos almoçar, num restaurante de hotel do lado esquerdo da estrada. O Itam ainda tentou meter o autocarro no parque do hotel mas não conseguiu, pelo que fez marcha atrás e parqueou na rua em frente.
Não tardou que o guia informasse que tínhamos chegado ao local onde íamos almoçar, num restaurante de hotel do lado esquerdo da estrada. O Itam ainda tentou meter o autocarro no parque do hotel mas não conseguiu, pelo que fez marcha atrás e parqueou na rua em frente.
O local é
muito agradável
e o pessoal muito competente, ao nível
de qualquer hotel de quatro estrelas no ocidente. As casas de banho estavam
impecáveis, se
bem que ainda inacabadas.
Tinham altifalantes com música de ritmo palestiniano, o que não impediu que algumas das nossas companheiras ensaiassem uns passos de dança livre para descontrair.
O bufet estava muito bem
servido, com vários
tipos de comida pelo que foi fácil prepararmos as
nossas refeições
com comida ao nosso gosto. Não
faltou tão
pouco o vinho tinto local, que não
era nada mau. Este pormenor é interessante
porque, habitualmente os palestinianos, como bons muçulmanos, evitam bebidas alcoólicas.
Mas houve um pormenor que não
tinha visto antes. Havia montras recheadas de artigos que brilhavam como se
fossem de ouro. Ou eram mesmo. Não
sei. Se eram ouro posso dizer que a Palestina é
muito rica.
Voltámos
a passar em frente do palácio
da presidência,
mas desta vez um dos guardas do palácio,
armado, deve ter reparado que íamos
no autocarro a filmar e a tirar fotografias, e fez-nos uma cara muito feia e
sinal de que isso era proibido.
Retomámos
o percurso na direção
de Jerusalém.
Mas até lá chegarmos ainda iríamos ter muitas
surpresas.
Sem comentários:
Enviar um comentário