Jifna é
uma aldeia maioritariamente cristã,
desde o século
VI, no seio da nação Palestiniana. Agora com cerca de
dois mil habitantes, tem resistido através
dos séculos às dificuldades do
dia a dia, convivendo no seio de uma nação
de cultura muçulmana.
A população é oitenta por cento cristã e vinte por cento muçulmana. Muitos dos muçulmanos são refugiados que vêm de outros pontos da Terra Santa para ali encontrarem um refúgio.
Os habitantes dedicam-se à
agricultura e ao pequeno comércio.
Há mesmo
na primavera de cada ano o festival do alperce, indo muita gente de fora para
colaborar na apanha desse fruto.
O caminho até lá
não
teve sobressaltos, a não
ser as dificuldades que havia quando nos cruzávamos
com outro autocarro ou com algum camião.
A passagem era feita com muito cuidado, por vezes com distâncias milimétricas entre os
dois veículos.
O nosso guia estava convencido de que alguém estaria nessa
igreja à nossa
espera. Mas estava tudo fechado. Ele nem quis acreditar e saiu pela rua fora
para ir falar não
sei com quem. Algum tempo depois voltou a dizer que, afinal, a igreja que
estava aberta era outra já
mais para o outro lado da povoação.
Esta, onde estávamos, é a igreja ortodoxa construída no fim do século XIX e a que estava aberta para nos receber era a Igreja de S. José erguida junto às ruínas de uma velhíssima igreja de S. Jorge.
E lá fomos
nós em cortejo
atrás dele.
Subimos uma pequena ladeira e já
víamos
a Igreja de S. José onde
estava um padre à nossa
espera.
Recebeu-nos com entusiasmo. Mostrou-nos a igreja.
O Padre por seu lado, pôs os sinos a repicar e, a seguir, os altifalantes da torre começaram a passar cânticos religiosos que, pelo volume do som, ecoariam pelos montes e vales à volta.
O Padre, falando em inglês, deu-nos a ideia do que é a sua vida e o seu trabalho naquela terra, no que respeita à atividade religiosa, a educação dos jovens e à assistência social. A igreja gere um infantário e uma escola primária muito frequentados pela população local. Por seu lado, o nosso guia tentou explicar-nos a história da localidade que incluiu investidas de cruzados, que deixaram um mini castelo agora em ruínas. Há muitos vestígios da presença bizantina e do domínio árabe. No passado era um ponto importante para apoio dos viajantes que iam de Nazaré para Jerusalém. Há lá um carvalho milenar junto do qual é celebrada a festa da Sagrada Família, por se acreditar que, segundo a tradição, a Sagrada Família descansou à sua sombra quando fugiu para o Egito e sempre que ia de Nazaré a Jerusalém.
Há também lá uma outra crença interessante. Quando uma certa fonte, que existe desde tempos imemoriais, seca, o Padre vai lá fazer uma cerimónia, que inclui obrigatoriamente queima de incenso, para a fonte rejuvenescer.
Gostei de ver o entusiasmo do Padre e fiquei muito sensibilizado
com a sua simpatia.
Um salão de barbeiro/cabeleireiro
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