domingo, 17 de agosto de 2014

Viagem à Terra Santa em 2014 - Em 26 de Abril. Para Jerusalém. 7.6.

7.6. Jifna

Jifna é uma aldeia maioritariamente cristã, desde o século VI,  no seio da nação Palestiniana. Agora com cerca de dois mil habitantes, tem resistido através dos séculos às dificuldades do dia a dia, convivendo no seio de uma nação de cultura muçulmana.

A população é oitenta por cento cristã e vinte por cento muçulmana. Muitos dos muçulmanos são refugiados que vêm de outros pontos da Terra Santa para ali encontrarem um refúgio.

Os habitantes dedicam-se à agricultura e ao pequeno comércio.

 O P. Artur, que organizou o programa da viagem, incluiu esta terra no roteiro por ter caraterísticas próprias que justificam a visita. Verdadeiramente, Jifna é um caso de estudo que muito nos surpreendeu pelas parecenças que aí encontrámos com as nossas aldeias do interior de Portugal.  Para ser franco, houve  momentos em que me sentia no ambiente da minha terra Natal, nomeadamente nos cantinhos com a sombra fresca  das oliveiras milenares, alperceiros e  nogueiras.

 


Há mesmo na primavera de cada ano o festival do alperce, indo muita gente de fora para colaborar na apanha desse fruto.

O caminho até  lá não teve sobressaltos, a não ser as dificuldades que havia quando nos cruzávamos com outro autocarro ou com algum camião. A passagem era feita com muito cuidado, por vezes com distâncias milimétricas entre os dois veículos.



 Mas chegámos lá e o primeiro ponto de abordagem foi uma igreja que tinha em cada lado da porta de entrada, dois pequenos cemitérios com símbolos cristãos.
 
 
 
 
O nosso guia estava convencido de que alguém estaria nessa igreja à nossa espera. Mas estava tudo fechado. Ele nem quis acreditar e saiu pela rua fora para ir falar não sei com quem. Algum tempo depois voltou a dizer que, afinal, a igreja que estava aberta era outra já mais para o outro lado da povoação.
 

Esta, onde estávamos, é a igreja ortodoxa construída no fim do século XIX e a que estava aberta para nos receber era a Igreja de S. José erguida junto às ruínas de uma velhíssima igreja de S. Jorge.
 
 
 

E lá fomos nós em cortejo atrás dele. Subimos uma pequena ladeira e já víamos a Igreja de S. José onde estava um padre à nossa espera.
 


Recebeu-nos com entusiasmo. Mostrou-nos a igreja.
 
 
 
 
 
Lá dentro havia duas religiosas concentradas em oração. Mas quando nos viram como que acordaram e sorriram. Tiraram fotografais com alguns de nós.

 
 

O Padre por seu lado, pôs os sinos a repicar e, a seguir, os altifalantes da torre começaram a passar cânticos religiosos que, pelo volume do som, ecoariam pelos montes e vales à volta.

O Padre, falando em inglês, deu-nos a ideia do que é   a sua vida e o seu trabalho naquela terra, no que respeita à atividade religiosa, a educação dos jovens e à assistência social. A igreja gere um infantário e uma escola primária muito frequentados pela população local. Por seu lado, o nosso guia tentou explicar-nos a história da localidade que incluiu investidas de cruzados, que deixaram um mini castelo agora em ruínas. Há muitos vestígios da presença bizantina e do domínio árabe. No passado era um ponto importante para apoio dos viajantes que iam de Nazaré para Jerusalém.   Há lá um carvalho milenar junto do qual é celebrada a festa da Sagrada Família, por se acreditar que, segundo a tradição, a Sagrada Família descansou à sua sombra quando fugiu para o Egito e sempre que ia de Nazaré a Jerusalém.

Há também lá uma outra crença interessante. Quando uma certa fonte, que existe desde tempos imemoriais, seca, o Padre vai lá fazer uma cerimónia, que inclui obrigatoriamente queima de incenso, para a fonte rejuvenescer.

Gostei de ver o entusiasmo do Padre e fiquei muito sensibilizado com a sua simpatia.
 
Um salão de barbeiro/cabeleireiro
 
 
 
 

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