sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Viagem à Terra Santa em 2014 - 8. Em 27 de Abril. Em Jerusalém. 8.1.

8.1. O túmulo de Maria

Era o nosso primeiro dia em Jerusalém.

Que alegria quando me disseram vamos para a casa do Senhor. Os nossos passos se detêm às tuas portas Jerusalém.

Há uma canção que tem uma letra assim.

Acordámos no Hotel Olive Tree que fica às portas da cidade. Este Hotel fica muito bem situado no que respeita às facilidades de acesso e à distância do centro da cidade e dos lugares santos em geral. É um hotel de quatro estrelas e os quartos e serviços são em geral muito bons. Tem a particularidade, para nós muito útil, de ter Wi-fi livre no lobby e restaurante. Hoje esta facilidade é importante por nos permitir comunicar facilmente e sem custos com os nossos familiares e amigos e, ainda, mantermo-nos atualizados em relação às notícias do nosso país e do mundo.

Vimos na informação relativa ao hotel que este foi construído no local onde se encontrava uma oliveira milenária, à sombra da qual muitos peregrinos costumavam repousar. Mais se diz que o próprio rei David tocou harpa à sombra dessa oliveira, permanecendo ainda hoje os sons audíveis no lobby e noutras partes do hotel.

Seja como for a nossa estadia lá foi agradável, permitindo-nos um ambiente adequado para o nosso repouso diário do cansativo trabalho de turista.

O dia 27 de abril de 2014 começou, para nós, relativamente cedo.  O programa iria ser intenso.

Começou pelo Monte das Oliveiras onde se desenrolaram passos muito importantes da paixão de Cristo.

Curiosamente o primeiro lugar santo que visitámos na base do Monte das Oliveiras não está relacionado com a paixão de Cristo, mas sim com a morte da Virgem Maria. Entre a muralha a nascente da cidade e o Monte das Oliveiras há um vale que se estende ao longo de toda a muralha, continuando ainda, bastante fundo, depois de a muralha mudar a sua direção para poente. Na parte mais a norte desse vale passa-se por uma espécie de ponte, vendo-se uma estrutura montada em anfiteatro, tendo o nosso guia Sebastião informado que, naquele anfiteatro, atuara, ainda não havia muito tempo, Roberto Carlos. Este anfiteatro fica do lado esquerdo da estrada de quem vai da cidade. E, mesmo ao lado, desce-se por uma escadaria para um pátio empedrado, com aspeto antigo, onde damos de frente com a fachada principal de uma igreja e vemos, no lado direito, a entrada para aquilo que parece ser um corredor escuro ou uma gruta onde está gravada a palavra GETHSEMANI.

O nosso objetivo era irmos primeiro à igreja a que chamam do Túmulo de Maria.  Pareceu-me estranha esta referência porque sempre ouvi dizer que a Virgem Maria, como muitos dos primeiros cristãos, preferiram, a partir de certo momento, o exílio para se protegerem das perseguições. Maria terá passado os últimos anos da sua vida acarinhada por João Evangelista numa casa em Éfeso, quase numa encosta sobranceira à antiga cidade, e aí terá morrido  e  terá sido  sepultada por volta do ano quarenta e oito da nossa era. Já posteriormente a tradição gerou a crença de que  o corpo de Maria não passou pela corrupção e que foi logo ressuscitada e levada para o céu em corpo e alma. Isto em 15 de Agosto do mencionado ano de quarenta e oito. Mais tarde, esta questão, mereceu definição dogmática do poder papal, e hoje os católicos devem aceitar a Assunção de Nossa Senhora como dogma de fé. Se a Assunção se passou em Éfeso, qual a razão deste túmulo em Jerusalém?  E mais. Para além deste túmulo há também junto ao local do cenáculo uma igreja com uma imagem jacente da Virgem Maria a que chamam a Igreja da Dormição. Dela darei nota mais à frente, em apontamento próprio.
 

 
Entrámos na igreja e descemos uma grande escadaria que parecia querer chegar às entranhas da terra.
 
 
 
Lá no fundo há um espaço com uma zona reservada no meio à volta da qual circulámos e vemos um túmulo vazio.
 
 
 
Há um altar ao lado. Há muitos quadros nas paredes e muitos turíbulos dependurados, incluindo pela escadaria abaixo.
 
 
 
Em resumo o local tem um aspeto de uma ampla gruta muito já no interior da terra com uma decoração de aspeto muito antigo à maneira ortodoxa e bizantina. Gostei de ver o local que é venerado por muita gente, nas não senti qualquer indução interior que me levasse a acreditar que alguma vez ali tenha estado Maria, mãe de Cristo. Li numa nota dum site da net o relato de uma espécie de vidente do fim do século XIX, que diz que este túmulo foi preparado para Maria, cerca de dois anos antes de ela morrer em Éfeso. Isto porque foi de visita a Jerusalém para rever amigos e discípulos de Cristo. Lá esteve às portas da morte. Essa situação levou os discípulos a prepararem este túmulo para a sepultarem com toda a dignidade. Mas depois ela recuperou e voltou a Éfeso. A viagem era feita de barco a partir de Jafna, localidade próxima de Jerusalém, e demorava cerca de três horas.

Subimos a escadaria de volta e aproveitámos para ver e fotografar a igreja, detendo-nos ali por uns breves instantes.

 
Logo a seguir o guia Sebastião conduziu-nos para a tal entrada onde estava escrita a palavra GETHZEMANI.  

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