Saímos
de Betânia ao meio da tarde para regressarmos ao Hotel Olive Tree.
Logo
à saída vimos um imponente edifício de uma mesquita em pedra branca, que, pelo
seu aspeto de nova, foi seguramente construída ainda há poucos anos. Recortada
no céu azul, impressionou-me pela sua monumentalidade. Os altos minaretes com
uma cúpula maior entre eles. As duas cúpulas laterais, mais pequenas. E, num
plano mais baixo, ainda entre os minaretes, três cúpulas mais pequenas. E em cimo de todos estes pontos de referência, o florão com o crescente, redimensionado à escala.
O
autocarro não chegou a parar, nem sequer abrandou a marcha. Mas os breves
instantes da vista foram suficientes para que aquele monumento ficasse no nosso
cérebro como ficam as luzes que vemos quando a seguir fechamos os olhos. Pude
continuar a vê-lo por mais uns minutos, mesmo com as pálpebras cerradas.
Passado
pouco tempo, os nossos guias anunciaram que iríamos fazer pequeno desvio para
visitarmos um colonato.
A ideia que tinha dos colonatos era de um acampamento
com casas temporárias e instalações provisórias. Contudo, aquele que fomos ver
era uma cidade moderna, com estradas largas acompanhadas de faixas ajardinadas
em toda a extensão, com muitas palmeiras de um lado e do outro. Tirando a
barreira de controlo à entrada, onde o autocarro apenas abrandou a marcha, não
vimos nada que nos pudesse fazer sentir que estávamos num colonato.
Passámos
por uma grande rotunda ajardinada. Vimos paragens para os transportes urbanos.
Os edifícios são em alvenaria,e não muito altos nem muito próximos uns dos
outros. Há uma estação de serviço, pelo menos, para abastecimento de
combustíveis. Não havia muita gente na rua, mas as pessoas que vimos tinham o
aspeto de habitantes de uma qualquer moderna cidade europeia. As mulheres não
usavam véu. Enfim, depois da visita, pude concluir que, afinal, este colonato
(Maale Adummim), até pelo seu excelente parque automóvel, pode ser comparável a uma qualquer cidade
suburbana portuguesa, com predominância de classe média e alta. Terá umas dezenas de milhares de habitantes.
Retomamos
o nosso caminho e não demorou muito a chegarmos ao hotel.
Com
ainda havia sol, pude tirar algumas fotografias ao edifício.
Foi
construído em 1999, num local histórico. Ali haveria muitas oliveiras à sombra
das quais os peregrinos descansavam. Junto à entrada, ficou preservada uma
delas, seguramente já com algumas centenas de anos. Na placa informativa,
podemos ler que, segundo a tradição, o próprio Rei David ali terá estado e
tocado a sua harpa. Nota romântica sem dúvida.
O
hotel é excelente, com muito boas instalações e com internet livre no hall de
entrada e zonas adjacentes decoradas com obras de arte. Há lojas com oferta de
recordações e produtos de conveniência. Aproveitámos para comprar um protetor
solar, produto indispensável numa viagem à Terra Santa. As refeições foram
sempre em bufet, com os alimentos muito bem apresentados e variados. Tem uma
carta de vinhos israelitas não muito variada, mas
com preços acessíveis.
Gostei
de estar no Hotel Olive Tree.
Para
a noite tínhamos agendado o jantar com uns amigos israelitas. Ele é uma figura
pública no país, pois é o selecionador e treinador da equipa nacional de hóquei
em patins. Chegou à nossa amizade através de uma das nossas filhas que integrou
a equipa de hóquei em patins de Macau, participando em diversos campeonatos
asiáticos e, inclusivamente, num dos campeonatos do mundo que decorreu em
Buenos Aires, Argentina.
Enquanto
aguardávamos no hall pela sua chegada, fomos abordados por um casal, que se
identificou como sendo jornalistas e repórteres, que nos quiseram entrevistar
para a rádio pública do seu país, a Etiópia. Falavam muito bem inglês o que
facilitou a entrevista. Perguntaram de onde éramos e porque é que estávamos ali. Se
estávamos a gostar da viagem…
O
jantar com os nossos amigos decorreu num elegante restaurante da parte nova de
Jerusalém.
Foi uma excelente oportunidade para vermos esta zona da cidade à
noite. Recordo em particular um extenso e largo corredor de um centro comercial,
com obras de arte dispostas aqui e ali e com coloridas lojas dos mais diversos
artigos, incluindo de conhecidas marcas ocidentais.
Regressados
ao hotel, sentíamos cansaço. Era preciso descansar pois o programa do
dia seguinte afigurava-se cansativo. Além do mias representava o ponto mais alto da minha peregrinação à Terra
Santa.
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