Passam pelo Santo Sepulcro milhares de pessoas todos os dias.
Mas apenas uma percentagem mínima
tem o privilégio
de assistir à missa
no local. Nós tivemos essa sorte.
O altar é
modesto e já fora
da rotunda da Basílica.
É conhecido por Altar da Aparição. Porém o espaço é todo aberto,
iniciando-se ali a chamada Igreja Cruzada, que tem no centro uma cúpula monumental, não tão grande como a da
Basílica do
Santo Sepulcro, mas igualmente imponente. É
a chamada Cúpula
Catholikon.
A Igreja Cruzada é
atualmente usada para os serviços
religiosos da igreja ortodoxa grega. Contudo a igreja católica dispõe ali de um altarzinho,
logo no início
do lado direito do espaço
aberto, à vista da gruta do Santo Sepulcro, que
fica ali mesmo ao lado, a menos de dez metros.
Bem perto, por detrás das colunas, vê-se o Santo Sepulcro.
Um frade franciscano apetrechou o altar com os vasos sagrados,
preparando-o para a missa e acendeu as seis velas do altar. E nós
fomo-nos sentando. Uma vez paramentado, o nosso P. Artur deu início à celebração, virado para o
altar à maneira
antiga, de antes do Concílio
Vaticano II. Nos momentos principais, virava-se para nós. Assim fez, por exemplo, nos
momentos da elevação
da hóstia e do
cálice, quando
proclamou a palavra e sempre que se dirigiu à
assistência.
Começou
por salientar o especial privilégio
que tínhamos
de estar ali, naquele local e àquela
hora a assistir à missa.
Depois seguiu-se a celebração
com o seu início
ritual do “Senhor tende piedade de nós”
e do Glória.
Um dos companheiros, que ajudou à
missa, leu a primeira e única
leitura, dos Atos dos Apóstolos,
começando por “Naqueles
dias Pedro tomou a palavra e disse...”
O P. Artur proclamou a palavra lendo, no texto de Mateus (27, 55
a 66 e 28, 1 a 10), a parte em que são
mencionadas as mulheres que permaneceram no Gólgota
depois de Cristo falecer e em que é
relatada a chegada de José
de Arimateia para amortalhar o corpo de Jesus e dar-lhe sepultura.
Como já
tinha acontecido em celebrações
anteriores, na Basílica
da Anunciação
e em Canaã da
Galileia, o P. Artur, no momento do ofertório,
convidou os presentes, que o quisessem fazer, a pôr
no altar, em voz alta, as suas intenções.
Também eu o
fiz lembrando a minha Família
e em especial os netinhos gémeos
que estavam para nascer. Mas acrescentei o nome de uma das minhas filhas que
estava de viagem pelo oriente, o que não
tinha feito antes.
Ele há
coisas que acontecem... E nos deixam surpreendidos.
Desde o momento que saí
da visita ao Santo Sepulcro fui invadido por uma espécie de sufoco, uma
ideia obsessiva de que a minha filha viajante estava em apuros. E foi esta
obsessão que
me levou a nomeá-la.
Talvez algum dos nossos companheiros tenha reparado nesse pormenor ou até tenha filmado.
Pouco depois de a missa terminar chegou uma mensagem
dela a dizer que tinha passado por momentos de grande aflição quando, de
passagem por Hong Kong e em viagem para o Vietname, tinha perdido a carteira
com o dinheiro e documentos. Mas que, por sorte, a tinha reencontrado alguns
longos minutos depois. Não
tinha ganhado para o susto. E que estava tudo bem e que ia continuar a viagem.
O momento da oração
canónica foi
particularmente sentido, pois o P. Artur mencionou nominalmente cada um dos
elementos do Grupo e, em geral, as suas famílias.
O P. Artur deu a bênção final e
proclamou o "Ite, missa est!".
O franciscano desprendeu a corda de vedação para nos abrir a
passagem, convidando-nos a deixar o recinto, que, uma vez liberto, vedou
novamente. E logo correu a repor
a preparação
do altar, provavelmente para uma outra missa que viria a seguir.
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