Após
deixarmos o restaurante arménio
onde tínhamos
almoçado,
retomámos o
caminho que tínhamos
seguido para lá,
até sairmos da
cidade velha pela porta de Jafa por onde tínhamos
entrado. A seguir tivemos a oportunidade
casual de passar junto a uma das entradas da arcada comercial da cidade nova de
Jerusalém. Já lá tinha estado de
noite, quando fui jantar com os amigos Israelitas, mas agora podia tirar uma
foto de dia, ainda que de passagem.
O autocarro não estava longe.
Em breve retomou a marcha e não tardou a passar numa rotunda com um relógio, altura em que os nossos guias nos chamaram a atenção para o grande edifício que se via no topo da colina, o parlamento israelita, o knesset.
Este museu foi fundado em 1965, por iniciativa do então prefeito da
cidade, de origem austríaca,
Teddy Kollek, grande humanista, que mesmo depois de ter deixado o governo da
cidade continuou a dedicar-se ao museu que tinha fundado. Teddy procurou
governar a cidade com um sentido de equilíbrio
entre as diversas comunidades, com respeito pelas respetivas culturas.
No balcão
de entrada fomos informados de que era proibido tirar fotografias ou filmar.
Esta limitação
iria dar origem a que, nesta crónica,
não disponha
de imagens que avivem e complementem a minha memória
visual.
Após
passarmos o torniquete de controlo, chegámos
a um primeiro andar com saída
para o exterior. Saímos
para um terraço
e fomos surpreendidos por uma enorme maquete de Jerusalém, que, segundo os arqueólogos e
historiadores, procura reproduzir com rigor a cidade à altura do segundo templo, que era o existente no tempo de Jesus.
O primeiro templo foi construído
por Salomão e
destruído por
Nabucudonosor II que levou o povo de Israel cativo para a Babilónia. Quando o povo
judaico foi libertado e regressou, começou
a construir o segundo templo que veio a ser consagrado em 516 antes da era de
Cristo. Acabou por ser destruído
pelos romanos no ano 70 da nossa era e nunca mais foi reconstruído. Hoje existe no
local a Mesquita da Rocha, cuja cúpula
dourada pode ser vista de vários
pontos próximos
da cidade, nomeadamente do Monte das Oliveiras. O muro das Lamentações é o que resta do
segundo templo.
Alguns pormenores da maquete da cidade, permitem-nos localizar e imaginar como e onde aconteceram alguns dos
episódios bíblicos. Todas as
edificações da
maquete estão
numa escala relativa surpreendente. Veja-se, por exemplo o pormenor do templo.
Fiquei com a ideia genérica
de que naquele museu se guarda um espólio
histórico
incalculável
para a humanidade em geral. Há
lá objectos
antiquíssimos
dos vários
territórios do
médio oriente
e não só. Também da África, América e Oceania.
Tem várias
alas, com destaque para a ala das terras bíblicas
e a ala do santuário
do livro (the Shrine of the Book) onde,
entre outras preciosidades, se guardam os manuscritos do mar morto. A ala do
santuário do
livro tem uma cúpula
de formato original em pedra branca, que é
refrescada com repuxos
de água,
simbolizando os amigos da luz, para contrastar com paredes de basalto escuro,
os amigos das trevas.
O museu pareceu-me muito bem organizado e o ambiente fresco
deu-nos algum conforto em relação
ao calor que tínhamos
passado lá fora.
E, embora não
tenha sido possível
tirar fotografias, há
algumas disponíveis
na net com boa qualidade. Ainda recentemente o Museu de Israel publicou imagens
dos manuscritos do mar morto.
Uma vez terminada a visita ao museu, passámos pela respetiva loja, onde alguns
companheiros compraram recordações,
já sob pressão do chamamento dos
nossos guias para retomarmos o autocarro para podermos cumprir, na íntegra, o programa
do dia.
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