Já falei noutro apontamento do teleférico
de Jericó aquando da subida para o Monte da Tentação.
O nosso regresso à cidade
iria ser também
de teleférico.
Na subida, a ansiedade era tão
grande, que me distraí
a ver a paisagem. Queria tirar muitas fotografias, mas falhei nesse
objetivo. E as que tirei não
ficaram grande coisa. Agora, no regresso, queria compensar.
O percurso desde o Mosteiro até
à plataforma do teleférico
é cansativo,
tanto mais que as pedras do chão
e as rochas da encosta exalam ondas de calor.
Assim, a primeira preocupação
seria comprar, na primeira oportunidade, água
fresca ou um sumo natural de laranja.
Não
tinha reparado que o teto do restaurante do teleférico
é colorido,
com desenhos e cores ao gosto árabe.
E fui dar uma olhadela. É bonito. Se estivesse mais tempo na
cidade, haveria de almoçar
ou jantar ali.
Pode-se chegar até
perto do local do restaurante de carro ou de autocarro, mas há sempre uma parte
significativa do percurso que tem de ser feita a pé. Por isso, o melhor mesmo é utilizar o teleférico.
O teleférico
de Jericó, foi
construído em
1998, tem uma extensão
de 1330 metros, tem 12 cabines para 8 pessoas e pode transportar 630 por hora.
Entrou no Livro Guiness de Recordes como o teleférico mais longo abaixo do nível
do mar. Acima do nível do mar haverá
outros mais longos. Por exemplo o de Hong Kong, de Abardeen para o Ocean Park,
tem 1.500 metros.
A operação de embarque para o regresso à cidade pareceu-me muito mais tranquila. As pessoas estavam menos ansiosas, havia menos gente a querer embarcar ao mesmo tempo e os funcionários não precisavam de gritar.
Para o nosso grupo seriam precisas nove cabines.
E chegou a nossa vez. A descida começou e, então sim, pude fazer uma série de fotografias.
E ficaram quase todas boas. Reparei então
que a maioria dos oásis
verdes e bem cuidados que se viam lá em baixo eram de bananeiras.
E reparei também
na extensa área
da estação
arqueológica
onde os especialistas identificaram as diversas camadas que documentam o
povoamento da cidade desde há
dez mil anos.
Este mapa terá
sido elaborado durante o império
de Justiniano (527 a 565 d.c.). Assim, já
foi depois desse tempo que as muralhas da cidade foram totalmente destruídas.
Outros dados interessantes na história
de Jericó são que Marco António ofereceu a
cidade de presente a Cleópatra
e que esta a arrendou a Herodes, o Grande. Ele passava lá alguns meses do ano em que o clima é mais ameno do que
noutros locais da Terra Santa. Sabe-se que tinha lá um
soberbo palácio mas de que não resta pedra sobre pedra.
O sistema de irrigação
da cidade, que tinha sido destruído
após a saída dos cruzados no
século XII, só voltou a ser
restabelecido em 1920, facto que contribuiu muito para a fixação
de residentes.
Em 1948 a cidade recebeu mais de 70.000 refugiados
palestinianos. Hoje em dia tem apenas cerca de 20.000 habitantes.
A nossa cabine chegou à
rampa de paragem. Saímos
e fomos dar mais uma olhadela ao centro comercial.
O ambiente, quase ao ar livre, era simpático. A facilidade
de ter rede de internet livre constituiu
uma mais-valia considerável.
No fim do almoço
gostei de trocar algumas palavras com o dono do restaurante que se despediu de
nós à saída. Gostou muito
que eu lhe tivesse agradecido a facilidade da internet.
A seguir retomámos o autocarro para continuar a nossa viagem, desta vez para o Mar Morto.
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