Chegámos
a Ein Bokek ao fim da tarde do dia trinta de Abril, mas ainda com muito sol.
As
formalidades do check-in foram facilitadas pelo facto de estarmos em grupo e
também porque é um assunto da
competência
dos guias. Como em qualquer outro hotel, foi preciso, pela nossa parte,
preencher uma ficha de identificação
e provisionar futuras despesas com um slip em aberto de um cartão de crédito.
O Hotel Royal Rimonim Dead Sea é
um dos treze bons hotéis
da localidade. Ergue-se como se fosse um grande navio virado para o Mar,
ostentando o seu nome na alta proa. Tivemos sorte porque o quarto, amplo e bem
apetrechado no que respeita a facilidades, estava virado para o Mar.
Logo à entrada, está um painel com os avisos e recomendações para os banhos, mais ou menos aqueles que o Sebastião nos tinha transmitido quando ainda estávamos dentro do autocarro.
Eu tinha visto na net uma fotografia de um turista deitado de
costas na água
do Mar Morto a ler um tablóide.
Achei isso muito curioso e até
queria fazer o mesmo para poder tirar uma fotografia.
Entrei primeiro na água
para ver como era. Quando já
tinha a água
um pouco acima da cintura deixei-me cair de costas para apanhar a posição de ler o jornal.
Era só para
experimentar, pois não
tinha nada nas mãos.
Azar. Mal inclinei o corpo, o impulso da água
foi tão forte
e súbito que
caí para trás com força acabando por a
minha cabeça
se enfiar dentro da água.
O uso dos braços
para atenuar a queda ainda contribuiu mais para agravar a situação, pois
entraram-me salpicos para os olhos. Que ardor horrível!
Procurei sair quanto antes e como pude, caminhando na direção do chuveiro de água doce para me
poder lavar. E lá cheguei
abrindo, por um momento, um olho de cada vez. Mesmo depois de lavados os olhos
o ardor não
passou logo e foi preciso esperar uns minutos.
Depois do banho sentei-me algum tempo na praia para apreciar o
ambiente. Mereceu-me particular atenção
um grupo de mulheres que, completamente vestidas e com as cabeças e caras veladas,
se passeavam nas águas
do mar.
Findo o banho de mar regressámos
ao Hotel. Ainda passámos
pela piscina para dar uma olhadela, pois aproximava-se a hora do jantar.
O Hotel Roal Rimonim é,
na verdade, enorme, o que se depreende não
só do seu
aspeto exterior, mas também
da amplidão da
sala de jantar, que, naquele dia estava quase completamente cheia.
Contudo há muitos empregados
e o serviço de
bufet dispõe
de vários
pontos, extensos e bem servidos. O único
senão foi que
pedi uma garrafa de vinho e, para a pagar, vi-me grego. Cartões de crédito não serviam, moeda
estrangeira também
não. Esgotadas
as hipóteses,
veio o chefe da sala que acabou por aceitar euros. Enfim, no bom pano cai a nódoa.
Depois do jantar fomos conhecer a cidade.
Há vários cafés, restaurantes e
night clubs para o gosto ocidental. Não
faltam as lojas com as tradicionais
recordações
procuradas pelos turistas, nomeadamente estatuetas e artefactos em madeira de
oliveira.
Mas para nós
a grande surpresa da noite estava mesmo ali à
nossa frente. Numa das lojas deparámos
com uma exposição
bem composta de louça
das Caldas. Sem esperarmos estava ali um bocadinho do nosso Portugal. Em
conversa com a senhora empregada da loja, perguntei-lhe se os gerentes tinham
ligação a
Portugal. Ela disse que o dono da loja era russo, mas que tinha uma grande
estima por Portugal e pelos portugueses. E que a louça das Caldas era muito preferida pelos
turistas.
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